Raquel Azevedo *
Está poderia ser a narrativa de qualquer quer um de nós, mas é a minha. Parte do meu percurso e história, neste caminho de Abril e da liberdade que com ele veio.
Nasci dez anos depois, não sei o que foi, ou como poderia ser viver em ditadura. Sem ter direito de falar, sem ter direito de votar, sem ter direito a ser mulher, sem ter direitos.
Cresci numa família que viveu Abril e a revolução de diferentes formas. E que encarou o primeiro de Maio, sempre com a esperança de um mundo de trabalho mais justo e digno.
Tive família que viveu Abril e a revolução no ultramar e outros viveram na aldeia ou cidade. Sabendo e tomando todos o gostos e o cheiro da liberdade. Já eu nasci com esse cheio no sangue e na alma.
Tal como o primeiro de Maio, trabalhei em diferentes países e setores laborais. Percebi desde cedo que a luta é difícil. Mas em coletivo é mais forte e unida. Por isso, sindicalizei-me e parti para a luta. O mundo do trabalho é um espaço difícil, nomeadamente para as mulheres, mesmo elas sendo sindicalizadas. E ocupando cargos importantes, no mundo sindical. É sempre maior a luta, e mais exigente.
Nada disso fez com que eu parasse, e que não sentisse que cada vez mais no dia 1 de Maio faz sentido sair a rua. E gritar bem alto, o direito ao direito de um trabalho digno, e de melhores salários e igualdade entre homens e mulheres.
E por isso, escrevo sobre o que para mim é importante, não esquecer os valores do 25 de Abril. Bem como os valores e a importância do dia do trabalhador/trabalhadora. E de que estes dias replicarão todos os dias, em diferentes espaços. E que mais que nunca, precisamos de mostrar e demonstrar aos fascistas que estamos cá para todas as lutas. Como outros estiveram anteriormente. E que o valor da democracia, da cidadania é muito maior do que o do capitalismo, neoliberalismo, rascismo, xenofobia, e que não podemos continuar a imprimir os povos de viver e respirar liberdade!
Venham mais 25 de Abril e dia 1 de Maio!
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