O metalúrgico Luis Inácio “Lula” da Silva voltou à Presidência do Brasil após um intervalo de 12 anos. Não apenas os brasileiros, mas um pouco por todo o mundo, muitos os líderes mundiais saudaram a volta do país à Democracia.
Isso, no entanto, não livra o país da extrema direita. A margem mínima da vitória no pleito (pouco mais de 2 milhões de votos) revela a divisão ideológica dos cidadãos do país irmão. Bolsonaro sai de cena, mas o bolsonarismo continua forte.
No parlamento, a Câmara dos Deputados, Lula não tem a maioria. Será um primeiro ano de governação difícil. Mas os deputados brasileiros não são conhecidos pela lealdade. Podem facilmente mudar o apoio da direita para a esquerda consoante os “benefícios” que possam obter. Lícitos, esperemos que não haja argumentos ilícitos neste mandato.
Para o mundo da Economia Social poderá ser uma boa notícia, uma vez que o cooperativismo pressupõe sempre a valorização do próprio trabalho, e não apenas verbas milionárias estatais. Embora o Sistema OCB (Organização das Cooperativas do Brasil), mais o Sescoop e Fecoop, não se tenha pronunciado, não têm a obrigação de o fazer. Espera-se um crescimento económico favorável ao cooperativismo.
Grande parte das grandes cooperativas agrícolas, por exemplo, no Brasil são empresas sólidas, no entanto, mais facilmente se identificam com o “agro business” do que com os valores cooperativos. Daí a importância do Sistema OCB neste novo cenário.
Agora é trabalhar para melhores dias, em um cenário democrático, não pela “figura” Lula, mas pelos valores que defende. A aproximação cooperativa será uma destas oportunidades, sobretudo com a realização da Cimeira Cooperativa de Língua Portuguesa em Novembro, no Porto. O Brasil está de parabéns pela escolha.
Um bom editorial.
Saudamos então o regresso do Brasil à Democracia, esperando que não saiam frustradas as legítimas expectativas dos trabalhadores.
Eles (trabalhadores) deverão ser a âncora de Lula. Os seus anseios e preocupações deverão ser ouvidos, para o País voltar esta terrível fase de isolamento, pobreza e saúde precária.