A jornalista Kariane Costa assumiu nesta segunda-feira, dia 16, a presidência da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A funcionária concursada da empresa chegou a ter demissão “por justa causa” determinada pela direcção anterior, no momento mais tenso de uma perseguição da gestão bolsonarista da empresa contra os funcionários.
Durante a cerimónia em que assinou o termo de posse, ela afirmou que esta nomeação é o reconhecimento aos profissionais da casa. Na altura do processo que culminou com a decisão de sua demissão, Kariane era representante eleita pelos funcionários no Conselho de Administração (Consad) da EBC e denunciou episódios de assédio moral à Ouvidoria interna.
O processo de demissão foi revertido após pressão dos colegas de empresa e de entidades sindicais.
“Fui vítima de uma perseguição covarde, que não encontrava nenhuma base legal. Minha demissão, sem qualquer motivo real, tornou-se possibilidade completa, quase inevitável”, afirmou, durante o evento de posse.
Na sede da EBC em Brasília, Kariane prometeu trabalhar para que a empresa sirva para dar espaço a pessoas marginalizadas pela mídia comercial, como negros e negras, quilombolas, indígenas e pessoas LGBTQIA+.
O ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência Paulo Pimenta prometeu um processo de transição “democrático, transparente e com diálogo”. Ele agradeceu ao coletivo dos trabalhadores e trabalhadoras da empresa pela “resistência”.
“Votar em ‘A’ ou ‘B’ faz parte da democracia. O que nos interessa é o lado que as pessoas estão, no compromisso com a Constituição Federal, com a empresa pública”, afirmou em seu discurso. (Fonte: Brasil de Fato e EBC)