Abstenho-me de tua boca

Por Célia Moura

Abstenho-me de tua boca
Do teu sexo em esplendor
Onde já fui tela de pintor.

Soltei pendentes, saboreei teu sangue entre os dentes
Só para possuir todas as ausências.
É bom soprar a vida!

Fui maltrapilha de feira vendida ao desbarato,
Fui cortesã do destino
E até hera pelos becos mais sombrios sussurrando algum fado desdenhado.

Durante séculos tive uma espada apontada ao peito.
Tu!

Embaixatriz do silêncio me guia,
Como se tivesse três sóis entre a vagina, a tela e o umbigo.
Morreste-me em todos os pincéis.

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Célia Cristina Fernandes Moura nasceu em Lisboa em 1971. Começou a colaborar aos dezassete anos com alguma periodicidade para o Suplemento Correio dos Jovens do Jornal “Correio da Manhã”, na modalidade de poesia e prosa poética. Mais tarde viria a colaborar em jornais literários tais como “Artes & Artes”, “Poetas & Trovadores” entre outros.

Foi membro da Associação Portuguesa de Poetas, tendo participado em frequentes recitais de poesia, onde criou raízes humanas e literárias profundas. A sua primeira obra poética surge em 2000, Vestida De Silêncio com a chancela da Universitária Editora e prefácio de Fernando Grade.

Actualmente tem por editar Terra De Lavra, sua 5.ª obra poética, e Monólogos Descontínuos, 1.ª obra em prosa.

Obras Publicadas

Vestida De Silêncio, Universitária Editora, 2000
Jardins Do Exílio, Hugin Editores, 2003
Enquanto Sangram As Rosas…, Edição de Autor, 2010
No Hálito de Afrodite – 2018

About the Author

Diário 560
Jornal online em Língua Portuguesa especializado em Economia Social.

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